Desta vez, Bauman lançará um livro de conversas com o teólogo Stanislaw Obirek – Conversazioni su Dio e l’uomo. Segundo o autor, em um mundo de polifonia, é necessário ultrapassar o diálogo como a imposição da verdade e é necessário saber lidar com a derrota.
Veja abaixo a entrevista publicada no jornal Avvenire.
Professor Bauman, no seu novo livro, o senhor indica diversos tipos de pessoas dogmáticas: as religiosas, as marxistas, os dogmáticos da genética, do consumismo, da informação e do mercado. Qual dogmatismo é mais perigoso hoje?
Poderíamos acrescentar outros exemplos. Os dogmatismos são vários e diversificados, mas eu não saberia dizer qual é o mais perigoso. Eles têm em comum o pecado original de se taparem os ouvidos e de fecharem os olhos sobre a inalienável humanidade daqueles que vivem ao seu redor, por mais diferentes que possam ser. Todas as variedades de dogmatismos, no fim das contas, são a rejeição ou a não capacidade de comunicar e de se envolver em um diálogo: são essas duas as artes cruciais para sobreviver neste mundo marcado pela diversificação crescente e por uma diáspora que dá origem a uma crescente interdependência.